sexta-feira, 29 de agosto de 2014
DECOTADA
Tem mulher que põe calça agarrada, outra passa batom vermelho, tem a que usa saia curta e a que pendura brincão. Eu mostro os peitos. Não escondo nem na missa. Acho lindo ser assim, peituda, e às vezes, despeitada. Peito é coisa que cresce com a gente, não existe na meninice e aos poucos vai despontando, se avolumando, envergonhando, até ocupar-se do seu lugar. Aí, vira mulherão. Peito cresce, encolhe e murcha; peito encanta, excita, enrijece e balança; peito acolhe, conforta, enche de leite e derrama. Grandão, redondo, pontudo, ovo frito, flácido, rosado, despencado, siliconado, junto ou separado, não importa. Peito pula de alegria, salta de tesão, explode de raiva, se oprime na saudade. Mostra o peito, mulher! tenho vontade de dizer, mas peito é coisa que se res-peita. Peito a gente ama, mama, nina. Peito é assim, exuberante, provocativo; pode ser delicado e sensível e muitas, muitas vezes, peito fica dolorido, angustiado, solitário, e é até traído. Peito dói, peito adoece. Se pudesse, extirpava. Mas, peito de verdade, esquece a dor, se apruma, veste seu melhor decote e vai a luta sem pudor.
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